Revista Música Brasileira

A voz de um bom cantor (Augusto Martins), o violão de um instrumentista refinado (Marcel Powell) e a obra de um dos mais inspirados compositores da música brasileira (Zé Kéti, 1921-1999) são os ingredientes de forno e fogão para a feitura de um disco saboroso. “Violão, voz e Zé Kéti” (Kuarup), temperado ainda pelos arranjos delicados de Augusto e Marcel, põe na mesa fatias generosas da criação do grande sambista que circulou do morro ao asfalto, dos bares aos salões, com a mesma elegância (“Acender as velas”, “Nega Dina” e “Diz que fui por aí” entre elas) e se traduz em oportuno alimento para a alma de qualquer um. Sem ameaça de fastio.