Todo Bossa
Max Robert
A primeira surpresa causada pela audição do CD Todo Bossa, de Max Robert, é a sofisticação dos arranjos. Cordas e sopros alinham-se com o enxuto contrabaixo do autor, em clima de elegância bossa-novística onde a influência de Tom Jobim é reafirmada a partir da primeira faixa (Tom Mais Que Perfeito).
São dez faixas, de vários autores, incluindo quatro do próprio Max, sozinho ou em parcerias. As participações especiais de Danilo Caymmi, Guinga e Jane Duboc dão uma idéia do prestígio do músico, formado no Conservatório de Tatuí, professor de baixo e músico escolado em bandas como O Terço (com quem gravou dois CDs) e acompanhante de várias vozes da MPB.
Max Robert é mais um exemplo de músico de refinado gosto que abdica de fazer música pra-tocar-no-rádio e abraça de coração a música que mais ama. No caso a bossa nova com toques de jazz. Será fora de moda?
Pode ser, considerando que “estar na moda” cada vez mais significa concessão ao baixo nível, ao gosto massificado, à música feita como salsicha. Mas a escolha de Max Robert tem como referência um dos picos de qualidade da música popular mundial de todos os tempos. Isso, certamente, transcende noções de tempo e espaço. O CD Todo Bossa (gravação independente) é um dedicado exercício de bom gosto, que acolhe harmonicamente toques de baião, choro e gafieira sem perder a coerência musical.
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