Revista Música Brasileira

Compositor e instrumentista com longa folha de serviços prestados à música brasileira, em iniciativas próprias ou ajudando (em palcos e estúdios) outros artistas a realizarem seus projetos, Cláudio Jorge mostra, em seu mais recente álbum autoral, ser também um letrista dos bons. “Samba jazz, de raiz” – resultado de um trabalho cuidadoso de seis anos, de uma vitoriosa campanha de “craúdiofunding” e que celebra os 70 anos do artista – tem canções com parceiros de fé, como Nei Lopes, Wilson Moreira, Paulo César Pinheiro, Lula Queiroga, Wilson da Neves, Ivan Lins, Ivan Wrigg, Wanderson Martins e Manduka, bem como obras construídas sozinho, com versos que dizem assim: “O peso de um não (...) Me tornou cigarra / Cantando na barra / De um sol de verão”. Um álbum repleto de boas definições, onde a melhor é do próprio Cláudio Jorge: “... manual de usuário para aqueles que tiveram contato com meu jeito de tocar violão, guitarra, compor e fazer arranjos, nos meus discos e nos discos de centenas de amigos”. Momento festivo e único na carreira de um criador que muito tem feito pela música brasileira.