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Quelé, a voz da cor

Por Luís Pimentel - 12/02/2017

Na contracapa da obra, Teresa Cristina confessa que a primeira vez que a ouviu ficou “paralisada”. Leci Brandão ressalta “a voz ímpar” da cantora. E Mariene de Castro reafirma que Quelé “é muito mais que um ícone do samba e da música brasileira – é um símbolo da mulher negra guerreira”. São artistas de três gerações diferentes, destacando conceitos que transformaram a “Rainha negra da voz/Mãe de todos nós”, como no belo verso melódico de Moacyr Luz e Aldir Blanc, em referência maior e exemplo único em nosso cancioneiro. Reverenciada em vida e postumamente por cantores, compositores, pesquisadores e apreciadores de bom gosto, Clementina de Jesus há muito fazia por merecer uma biografia definitiva. A lacuna está preenchida com louvor (apesar das pequenas falhas de apuração, descuidos de informação ou excesso de reverências, já muito bem apontados pelo crítico Luiz Fernando Viana, em comentário na Folha de São Paulo), pelos jovens Felipe Castro, Janaína Marquesini, Luana Costa e Raquel Munhoz. Eles estão todos de parabéns, bem como a editora Record, pela edição.