Revista Música Brasileira

Vitor Ramil

O bardo de Pelotas retoma e aprofunda a sua “estética do frio”, que desenvolve desde Ramilonga, de 1997. Poesia gauchesca musicada em versão minimalista, para dois violões e voz. As cordas de aço são do argentino Carlos Moscardini, com a participação vocal de Caetano Veloso numa faixa.

Ramil musicou poemas de Jorge Luis Borges e de João da Cunha Vargas, misturando a erudição do portenho com o sentimento popular do brasileiro. Délibáb (Núcleo Contemporâneo, 2010), palavra húngara que pode ser traduzida como “miragem”, é parte de um projeto maior que envolve DVD e um documentário, gravado em Buenos Aires.

Vitor solidifica sua obra com um estilo muito depurado, isolado no tempo e no espaço. Délibáb é um tocante conjunto de milongas, árido e belo como o pampa varrido pelo minuano de junho. Uma experiência inesquecível.