Revista MB Recomenda

CD "Brasileirice"

Por Luís Pimentel - 03/02/2011

Dorina

A cada novo disco que põe na praça, a cantora Dorina reafirma os seus contratos de origem: com o samba brasileiro, com os seus parceiros dos Suburbanistas, suas crenças e coerências, e com os bons compositores do gênero musical que ela adotou como símbolo e postura.

Com este recém-lançado Brasileirice (Rob Digital) não é diferente. Estão lá os compositores de fé, fundamentais em sua carreira, como Nei Lopes, Mauro Diniz, Luiz Carlos da Vila, Monarco, Roque Ferreira, Délcio Carvalho e Arlindo Cruz; talentos mais novos, casos de Evandro Lima, Lucas Dain e Roberto Chama; e até participações que, a princípio, não jogariam de primeira em seu time, como o carioca parisiense Ricardo Villas ou a dupla cearense Belchior/Fagner.

Brasileirice (que conta com participações de músicos muito especiais e de arranjadores do naipe de Paulão 7 Cordas) é um puríssimo Dorina, tomado da primeira à última faixa pelo seu jeito profissional e gostoso de cantar. Como lembra Aldir Blanc, na apresentação, ela “tem o dom raríssimo de ensinar sem ser professoral”, temperando a sua arte, como ela diz, “numa guerra entre o sensato e o passível de descalabros”.

No samba que dá titulo ao CD, da Vila e Luiz Carlos Magno parecem que falam exatamente de Dorina: “Das mil artimanhas, do chega pra lá/Do disse-me disse, da brasileirice/Eu nasci pra sambar”. É ela.