Perfil

Haroldo Costa

Por Luís Pimentel - 18/03/2004

Um homem da música, da cultura e do carnaval.

Dia desses fui à Toca do Vinícius, pequeno porém decente centro cultural em Ipanema, Rio de Janeiro, onde se encontra os melhores discos, livros e revistas sobre a música brasileira e a cultura carioca. A Toca é dirigida por Carlos Alberto Afonso, um desses raros empresários que têm amor ao que fazem, e não só ao dinheiro. Ali acontecem shows, recitais, lançamentos de livros e são feitas homenagens a grandes nomes de nossa cultura. Pois quando passei por lá estava sendo festejado e colocando as mãos na calçada da (boa) fama, um dos brasileiros que mais admiro, mesmo à distância: o ator, produtor cultural, jornalista, pesquisador e escritor Haroldo Costa.

O homenageado disse umas poucas palavras, falou pouquíssimo de si e agradeceu comovido e sincero a tudo e a todos. Fiquei pensando: que cara bacana é esse Haroldo Costa. Como a grande festa ainda estava viva na memória, ao chegar em casa fui reler 100 anos de Carnaval no Rio de Janeiro, obra preciosa que ele lançou recentemente. Haroldo tem outros livros ligados ao tema, sendo definitivo o Salgueiro, Academia do Samba, sobre sua escola do coração.

A música, o samba e as escolas sempre estiveram ligados aos passos de Haroldo Costa, desde os tempos em que o jovem ator brilhou como o personagem-símbolo Orfeu da Conceição. Além disso, tem como companheira da vida inteira a bela Mary, uma das irmãs Marinho, sobrenome e majestade do Carnaval carioca desde a pioneira, Carmen – última porta-estandarte da fase poética e dourada dos ranchos, o Ameno Resedá. As outras irmãs, também lindas, são Norma e Olívia, esta última casada com o caricaturista Lan.

Mais um ponto pro Haroldo: um sujeito que é concunhado do Lan, só pode ser um bom sujeito.