Outras notas musicais

Músico brasileiro vítima da ditadura Argentina

11/08/2011

A ditadura militar que se instalou no Brasil, com o golpe de 1º de abril de 1964, foi nefasta para a música brasileira, disto todos sabemos. A censura imposta a filmes, livros, peças teatrais e letras de canções podou boa parte da produção de grandes compositores. A violência interna se expandiu, se internacionalizou, uma vez que nosso país foi acusado, em mais de uma ocasião, de haver exportado tecnologia e ensinamentos sobre inteligência militar e até sobre tortura para países visinhos, alimentando ditaduras do Cone Sul que foram instaladas depois da nossa.

Na Argentina, por exemplo, onde a força bruta fez número alarmante de vítimas, repressores brasileiros viraram até catedráticos. No dia 18 de março de 1976 desapareceu em Buenos Aires o pianista brasileiro Francisco Tenório Júnior, de 35 anos, que integrava um grupo de artistas em turnê pela América Latina. Dez anos depois, o militar Claudio Vallejos, ex-integrante do Serviço Secreto da Marinha argentina, revelou que Tenório havia sido morto, com um tiro, logo após seu desaparecimento, e que a execução recebeu a aprovação dos agentes brasileiros do Serviço Nacional de Informação lotados na capital portenha.

 

Perólas finas da MPB

Tá na hora de acordar
Tá na idade de querer
Namorado pra casar
Casamento pra sofrer
A cabeça pra dançar
E a vontade de não ver
Disco novo pra rodar
Vinho branco pra esquecer

(Chico Buarque)

 

Adoniran, o malandrinho

Eu entregava marmita. Só que, no caminho, dava fome. Abria a marmita e contava os bolinhos. Se a família tinha duas pessoa e tinha seis bolinhos, eu afanava dois no caminho, comia dois. Se a família tinha quatro pessoas e ia oito pasteizinhos ou ia dez, eu comia dois no caminho. Era malandrinho já. Não era malandro, era espertinho. Tinha fome. Não era malandro, era fome, não era malandragem”.

(Adoniran Barbosa, em depoimento ao programa MPB Especial, TV Tupi, 1972)