Outras notas musicais

João Gilberto, Carlos Gomes, Moreira, Nogueira, Gonzagão e outras perólas finas da MPB

01/11/2011

Eterno João

Eu vim aqui para cantar (...) Só recebemos a passagem dois dias antes... o avião parou três horas em Paris antes de ir para Roma... o ar-condicionado do avião... o vírus... a gripe... a garganta...

(João Gilberto, explicando a Nelson Motta, por telefone, confusos motivos para cancelamento de show que faria daí a algumas horas, na Itália. Em Noites Tropicais, Editora Objetiva, 2000)
 

Nossos índios na Itália

No dia 19 de março de 1870, as artes brasileiras marcaram um de seus primeiros pontos no continente europeu: estreou na mais tradicional casa de espetáculos da Europa, o Teatro Scala, em Milão, a ópera brasileira O Guarani, de Carlos Gomes, com libreto de Antônio Scalvini, baseada no romance de José de Alencar.
 

Perólas finas da MPB

Naquelas lindas noites de luar
Eu tinha alguém sempre a me esperar
Desde o dia em que ela foi embora
Eu guardo essa canção na memória

(Bubu da Mangueira/Jamelão)
 

Moreira e Nogueira

Em abril do ano 2000, dois meses antes de sua morte, o cantor Moreira da Silva (1902-2000) concedeu sua última entrevista, à revista Música Brasileira. Perguntado que cantor teria carisma, ginga, intimidade com o samba de breque e recursos vocais para substituí-lo, o Kid Morengueira não pensou duas vezes:

– João Nogueira.

Não foi possível. Quis o destino que Nogueira (1941-2000) morresse exatamente a 5 de junho, uma dia antes daquele que achava que seria por ele substituído.
 

Perólas finas da MPB

Parecia uma tocha humana, rolando pela ribanceira
A pobre infeliz teve vergonha de ser mãe solteira

(Wilson Batista/Jorge de Castro)
 

A poesia de um Lua imenso

O pé de serra tem sempre essas matas, essas montanhas que atraem as chuvas. Tem um vento que desvia o rumo da chuva. Ela se forma, vem e quando chega no alto da serra, se divide, parte pra tudo que é canto”.

(Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, explicando à escritora e pesquisadora francesa Dominique Dreyfus a razão dos longos períodos de chuva que costumavam alegrar sua pequena Exu, no sertão pernambucano. Lua usou a poesia para dizer, em poucas palavras, o que um meteorologista gastaria muito verbo para dizer. Em A Vida do Viajante. Editora 34, 1996)