Outras notas musicais

Datas importantes na MPB

26/06/2015

      Ponham na agenda: 15 de janeiro é o Dia do Compositor; 9 de fevereiro é o Dia do Frevo; 23 de abril é o Dia Nacional do Choro; 21 de junho é o Dia Internacional da Música; 11 de julho é o dia do Mestre da Banda; 22 de novembro é o Dia da Música; e 2 de dezembro é o Dia Nacional do Samba.
     O Dia Nacional do Samba é comemorado com as pompas e circunstâncias que a data merece em algumas capitais brasileiras. Sobretudo em Salvador, onde shows espalhados por toda a cidade festejam o mais popular dos gêneros musicais, e no Rio de Janeiro, onde acontece o já tradicional Pagode do Trem – vagões lotados saem da Central do Brasil com destino à estação de Oswaldo Cruz. Ali, os sambistas se espalham por várias barracas, sempre sambando, cantando e reverenciando o mais popular dos gêneros musicais brasileiros.


Cantores e canções demais e mercado
de menos? O assunto é antigo

“Tenho a impressão de que a indústria de disco brasileira é um dos piores negócios do mundo. Os discos azedam empoeirados nas prateleiras e, em média, não se vendem 20%da produção. E por que tudo isto? Excesso de fábricas e conseqüente excesso de produção. Há, ao que me consta, no Brasil, certa de 11 fábricas que, mensalmente (caso de algumas), editam suplementos de 20 discos, ou seja, 40 músicas São 440 músicas editadas mensalmente no Brasil e 220 cantores (ou conjuntos) que gravam todo santo mês. Pergunto eu: há, mensalmente, 440 músicas que merecem ser gravadas? Há 220 cantores (ou conjuntos) que tenham qualidades para gravar? Há tempo suficiente para as estações de rádio difundirem essas 440 músicas? Um NÃO enorme para as três perguntas. Nos Estados Unidos, entre quase 200 milhões de habitantes, não há 50 cantores americanos que gravem mensalmente. Na França, não há 20. E os discos americanos e franceses são vendidos no mundo inteiro, enquanto os nossos não têm meios, sequer, para cobrir todo o território nacional. Então, qual seria o remédio? Restringir, através de uma seleção à base de qualidade, o número de cantores capazes de gravar. E possa afirmar que não há 15cantores no Brasil que, a rigor, mereçam a goma-laca e a vinilite de uma gravação”.
(Da coluna diária do compositor e jornalista Antonio Maria, publicada no jornal O Globo há mais de meio século, no dia 20 de abril de 1956)

Raulzito e a Jovem Guarda

Muito antes de se tornar o grande artista que revolucionou a maneira de compor e de cantar na MPB, o baiano de Salvador Raul do Santos Seixas (1945-1989) assinava Raulzito e compunha inúmeras canções água com açúcar, para os principais nomes do movimento Jovem Guarda (ou yê-yê-yê) – coqueluche dos anos 1960.
Fortemente influenciado pelo rock de Elvis Presley e Little Richard, Raul formou seu primeiro conjunto, Os Panteras, quando tinha 12 anos de idade, ainda na capital baiana. No Rio de Janeiro, trabalhou como produtor da gravadora CBS e produziu muitos discos do pessoal ligado ao movimento artístico.
Raul Seixas tornou-se um nome nacional em 1972, quando defendeu a música Let me sing, let me sing, de sua autoria, no VII Festival da Canção. Gravou 17 discos e tem até hoje fãs-clubes espalhados por todo o país. Entre seus sucessos estão Ghita, Metamorfose ambulante, Maluco beleza, Eu sou eu, nicuri é o diabo, Alcapone e Eu sou a mosca que pousou na sua sopa.
No dia 22 de agosto de 1965 foi ao ar, pela primeira vez, o programa de auditório Jovem Guarda, transmitido ao vivo em São Paulo pela TV Record, canal 7. O programa era retransmitido em videoteipe para o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. Apresentado por Roberto Carlos, o "Braza", Erasmo Carlos, o "Tremendão" e Wanderléa, a "Ternurinha", apresentava os sucessos musicais do yê-yê-yê nacional, com artistas como Martinha, Vanuza, Leno e Lilian, Renato e seus Blue Caps e os Vips.
O Programa Jovem Guarda atingiu uma audiência de 3 milhões de espectadores só em São Paulo. Durou até 1969.