Outras notas musicais

Caetano e o uso político da Seleção Canarinho

27/03/2012

Ainda em Londres, torci desesperadamente pelo Brasil na Copa de 70. Lembro que o então presidente militar, Garrastazu Médici, estava aqui fazendo o maior uso político do tricampeonato, mas não queríamos nem saber disso. Médici? Quem é Médici? Quem é ele diante do futebol, dessas vitórias todas, de Pelé, de Tostão, de Rivelino?

(Caetano Veloso, em depoimento a Charles Gavin e Luís Pimentel para o livro Tantas canções, que acompanhou sua caixa de CDs lançada em 2002 pela Universal Music)
 

A música e o céu

A música veio me tirar do limbo, como num passe de mágica. De repente, eu tinha amigos que falavam a mesma língua, tinham os mesmos interesses, os mesmos sonhos. Todo mundo fazia música, escrevia letras, tocava um instrumento – era o céu. Me inscrevi no Festival da Canção e fui classificada. Tinha dezenove anos”.

(Joyce, em Fotografei Você na Minha Rolleyflex. Multimais Editorial, 1997)
 

Pérolas finas da MPB

Abençoada a voz do ser que canta
Possui a alma irmã do passarinho
Os males dessa vida ela que espanta
Por causa dela o vôo se levanta
Quem canta acende a estrela do caminho
Visionário, adivinho...

(Sérgio Santos/Paulo César Pinheiro)
 

O samba tem dono

No dia 6 de novembro de 1916 foi pedido o primeiro registro de autoria de um samba, que até então era “de quem pegasse primeiro”. Donga registrou, como obra sua e do parceiro Mauro de Almeida, o clássico Pelo telefone.

O compositor Ernesto dos Santos, o Donga, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de abril de 1891. Começou a tocar cavaquinho, aos 14 anos, e, em 1907, aprendeu a tocar violão com Quincas Laranjeiras. Freqüentava reuniões de samba com João da Baiana, Sinhô e Pixinguinha. Foi membro da Velha Guarda e do conjunto Oito Batutas, com o qual fez uma turnê pela Europa, entre 1922 e 1923, indo depois à Buenos Aires. Algumas de suas músicas de sucesso são Bicho papão, Nosso ranchinho e Mês de maio. Morreu no dia 25 de agosto de 1974.