Homenagens

Trá-lá-lá, Seu Lalá

Por Luís Pimentel - 27/01/2009

Carnaval se aproxima. Tirando colete do Bola Preta e a camiseta do bloco do Bip Bip do armário, lavando o vasilhame e esquentando o tamborim, me lembro de um dos maiores símbolos do carnaval brasileiro, um carioca que aniversaria no mês de janeiro: Lamartine Bato. O sorriso franco e o bigodinho insinuante não negam: ele fez de tudo um muito, e sempre muito bem feito, pra lá e pra cá, trá-lá-lá, seu Lalá.

O rei das marchas, do teatro de revista e das canções carnavalescas nasceu em 1904 neste Rio (no dia 10, bem no centro da cidade, na Rua Teófilo Otoni) que ele cantou como ninguém, em valsas, salsas, marchas e contramarchas, pois jogava nas onze. Tanto que vestiu a camisa de quase todos os times cariocas, criando para eles os hinos que até hoje repetimos nos butecos ou nos estádios.

Lamartine Gonçalves Babo, filho de seu Leopoldo e de dona Bernardina, foi compositor, revistógrafo, humorista, radialista, produtor, um moleque indigesto de olho nas lindas morenas, subiu, desceu, compôs e cantou até para inglês, sem jamais perder o rebolado.

A partir de 1925, Lamartine começou a compor para os ranchos da época (por isso continua ecoando nas escolas, nos blocos, nos ranchos, nas salas de estar ou de visitas), dentre os quais Recreio das Flores, Africanos, Jardim dos Amores e Ameno Resedá, conquistando algum sucesso com a marchinha "Foi você", a primeirona. Em 1926, estreou em São Paulo com a peça "Na penumbra", feita em parceria com De Chocolat e montada pela Companhia Negra de Revista, espetáculo que contava com a participação de Pixinguinha na direção da orquestra.

E viva Lalá, no futuro, no presente e no passado.