Homenagens

Surge um sambista: Moyseis Marques

Por Luís Pimentel - 26/03/2010

A mais recente revelação-empolgação do samba carioca não é do Rio; é mineiro, de Juiz de Fora (onde nasceu no dia 12 de março de 1979), cidade que tem boa folha de serviços prestados ao samba: de lá veio, entre outros, um certo Geraldo Pereira (1918-1955), glória máxima do gênero, da Mangueira, e do jeitão carioca de viver, de compor e de cantar.

Moyseis Marques também compõe (sambas bonitos) e canta muito – talvez não por acaso, com certo tempo, tempero, palavreado fácil e embocadura sincopada que nos lembra alguns mestres do seu ofício de ontem (Ciro, Ataulfo, Roberto Silva e o bom Geraldo entre eles) e de hoje (aí estão, para confirmar, os cracaços Marcos Sacramento e Pedro Miranda, que com ele acabam de dividir o palco, numa apoteose a três de arrepiar os cascudos e tirar o fôlego dos incautos).

Em meio a grupos de forró e de samba (o Forró na Contramão e o Tempero Carioca entre eles), Moyseis formou a sua turma, desenvolveu como ninguém um estilo, e partiu para a carreira solo já como um profissional azeitado. Nos palcos do Carioca da Gema e do Trapiche, entre outros, encantou admiradores da música brasileira de várias idades, gostos e matizes, espalhou o seu nome e, em 2007, lançou um cd de altíssimo nível que trazia na capa, além de seu nome e competência, arranjos seguros do imbatível Paulão 7 Cordas.

Com a carreira consolidada e a admiração irrestrita da turma que manja do assunto, Moyseis Marques figura hoje entre os grandes nomes do samba que se faz no Rio e no Brasil. E, seguramente, ainda vai muito mais longe.