Homenagens

Paulão 7 Cordas

Por Luís Pimentel - 11/09/2009

Ninguém nasce, cresce ou passa pelo Estácio impunemente.

Estão ou estiveram por aí, para não nos deixar faltar com a verdade, figuras de geométrica estampa como Ismael Silva, Bide, Marçal, Nilton Bastos, Aldir Blanc (nascido na Maia de Lacerda, sim, senhor) e Gonzaguinha (ali foi criado, pela Dina e o Xavier), entre tantos. E falando em estampa, Paulão 7 Cordas (vulgo Paulo Roberto Pereira de Araújo), tem a delicadeza do Monarco, com o porte e a elegância do Belinni.

Das gravações e shows do Zeca Pagodinho às noitadas no Carioca da Gema – passando pelo Bip Bip, o Candongueiro, rastilhos de pólvora e roteiros de samba, o maestro Paulão fala de música como quem fala com o seu instrumento, com aquele misto de carinho e de respeito que só os bambas sabem dosar. Claro: ninguém nasce, cresce ou passa pelo Estácio impunemente, e Paulão nasceu lá.

Se veteranos como Zeca e Moacyr Luz não dispensam os arranjos e o violão do Mestre das Sete Cordas, os iniciantes também não. Por isto que nove em cada dez cantor quer ter o homem no estúdio, garantia primeira de qualidade. Juro que já ouvi de um admirador numa roda de samba: “Ele toca como quem brinca; não há quem diga que é coisa séria”.

Neto de músico e freqüentador de escolas e terreiros desde menino, este aniversariante de setembro, nascido em 1958, é uma autoridade inquestionável na música brasileira. Não bota banca, porque é a simplicidade em pessoa. Mas se quisesse botar, ia deixar muito banqueiro bacana no chinelo.