Homenagens

Orixá Pixinguinha

Por Luís Pimentel - 25/04/2008

“Só quem morre dentro de uma igreja vira orixá/Louvado seja, meu santo Pixinguinha”, dizem os versos de Paulo César Pinheiro, musicados por Moacyr Luz, em homenagem ao homem-divindade em cuja data de nascimento comemora-se também o Dia Nacional do Choro (23 de abril).

São Pixinguinha (Alfredo da Rocha Viana Filho), o Pizindin da vovó, é filho do século 19 (1897), maior nome da MPB no século 20 e eterno farol deste e dos próximos, morreu em seu Rio de Janeiro natal, após sofrer infarto dentro de uma igreja, no dia 17 de fevereiro de 1973. Batuta como os outros sete, foi líder dos Oito que correu o mundo já em 1922 – numa época em que o mundo era tão distante. Não para ele e sua flauta mágica, que enxergava e soprava longe.

As informações são truncadas quando se tenta chegar ao número exato de composições criadas pelo genial Pixinguinha. Mas há quem diga que se aproxima das duas mil músicas! Parceiros, foram poucos; mas só gente da pesada – Donga, João da Baiana, Braguinha e Benedito Lacerda estão entre eles. Uma de suas pérolas, o belo choro Ingênuo, chegou a receber três letras, por parceiros diversos: Jacob do Bandolim, Vinicius de Moraes e Paulo César Pinheiro.

Como escreveu o jornalista e pesquisador Paulo César Figueiredo, na extinta revista Música Brasileira, a obra de Pixinguinha é “universal, brasileira, popular e erudita”. Uma coisa é certa: é um dos pouquíssimos criadores brasileiros a respeito de quem não há discussão de mérito. Todo mundo ama Pixinguinha!