Homenagens

O Tom de todos os tons

Por Luís Pimentel - 12/12/2007

Podemos combinar, desde já, que assim como Noel Rosa foi o nome que melhor representou a música brasileira na primeira metade do século 20, a segunda metade foi confiada à genialidade melódica de Tom Jobim. E mais: desde Villa-Lobos, nenhum nome de artista brasileiro brilhara tanto nos céus do estrangeiro quanto o do maestro soberano.

Sozinho, acompanhado ou acompanhando, Tom participou de pelo menos meia centena de discos, do 78 rotações ao CD – o último, "Antônio Brasileiro", foi lançado nos Estados Unidos, em 1994, pouco antes da sua morte – com o brilho que o fez se tornar amado pela mais variada gama de curtidores da música brasileira.

Assim como 7 de dezembro é uma data triste na história da MPB, 25 de janeiro é uma das mais felizes. Neste dia, em 1927, veio ao mundo neste Rio de Janeiro um menino chamado Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. Na outra data, no ano sem graça de 1994, o já então maestro soberano e indiscutível morreu nos EUA, levado pelas águas impuras, jamais de março, depois de luta-tempestade contra um câncer pau e pedra.

Subiu de vez com o seu piano para a Mangueira, via Jardim Botânico, levando flores com as quais presenteou Cartola e Carlos Cachaça. O Tomzinho do Vinicius, Tom Jobim de todos nós, fez aqui exatamente o que veio fazer: enfeitar, enriquecer e internacionalizar a música brasileira. Portanto, chega de saudades.