Homenagens

Moacyr Luz é Carioca da Gema

Por Luís Pimentel - 16/04/2009

O grande melodista da MPB, que se descobriu também um cronista delicioso e agora letrista cuidadoso e inspirado, escreveu os versos de uma canção chamada “Vida da minha vida”, musicados por Sereno e presentes em seu mais recente CD, Batucando:

“Vida da minha vida, peço ao meu protetor/se for para ser vivida, diga pra onde eu vou”. Desde que chegou, Moacyr tem mostrado que vai aonde quiser, a hora que bem entender. Dos belíssimos sambas de sonoridade afro, apresentados no disco Vitória da Ilusão, aos mais sofisticados representantes do gênero, criados em parceria com especialistas como Aldir Blanc, Paulo César Pinheiro, Martinho da Vila, Wilson das Neves e, agora, Hermínio Bello de Carvalho, Moacyr Luz tem exibido versatilidade invejável na hora de compor, podendo passear também por boleros, melodias de inspiração nordestina, sambas-de-roda e muito mais.

O carioquíssimo Moacyr Luz fez 50 anos em 2008, no dia 5 de abril, merecidamente festejado por fãs e amigos, compondo como nunca, lançando disco novo, celebrando sua admirável alegria de viver – mesmo que em meio aos mais atemorizantes jejuns. O autor (sozinho ou com os seus parceiros) de âncoras de fé de nossa música como “Saudades da Guanabara”, “Cabo, meu pai”, “Som de prata”, “O anjo da velha guarda”, “Mico preto” e tantas outras, é um cidadão das ruas e becos do Rio, homem de música e de letras, babalorixá da Muda, da Lapa ou de Santa Teresa, um artista que nos enche de vaidade e de orgulho.