Homenagens

Milton Nascimento, o mineiro carioca

Por Luís Pimentel - 07/10/2013

Muita gente pensa que Milton Nascimento é mineiro. É natural, por conta de suas melodias beirando montanhas, das harmonias quase sacras, do Clube da Esquina, entre outros segredos e sotaques. Mas o estupendo cantor, compositor e instrumentista que os amigos chamam carinhosamente de Bituca é carioca da Tijuca, bairro onde nasceu em 1942 (dia 26 de outubro), filho de Maria Nascimento. Foi adotado pela professora de música Líliam Silva Campos e por Josino Campos, que era dono de uma estação de rádio e mudou-se, levando o garoto, para Três Pontas, em Minas Gerais.
“Sou fascinado pela minha família, acho que eu não poderia ter tido mais amor, educação e liberdade em nenhuma outra família no mundo. Eles moldaram a minha vida. Meu primeiro instrumento foi uma harmônica, dada pela minha avó. Ela me deu um acordeão, e foi aí que minha vida musical começou”, já declarou ele.
Em Minas, aos 13 anos Milton começou a cantar em bailes na cidade de Três Pontas e nos municípios próximos. Aos 15 anos organizou um conjunto com Wagner Tiso (sempre andou em boas companhias, daí a convivência também como Fernando Brant, Lô Borges, Beto Guedes, Ronaldo Bastos...) e começou a precoce e vitoriosa carreira como intérprete e também autoral. Em 1967 despontou no II Festival da Canção, com “Travessia”, parceria com Fernando Brant. Nesse festival, defendeu também as canções “Morro Velho” e “Maria minha fé”, ambas da dupla.
Cantada, regravada e respeitada no Brasil e no exterior, a obra de Milton Nascimento é uma das mais cultuadas em nosso cancioneiro. Sempre citado como um intérprete soberbo, dono de uma das mais belas vozes da música brasileira, Milton é também um compositor sempre aplaudido, autor de uma obra linda e poderosa, que a gente não se cansa de ouvir.
Longa vida, Bituca.