Revista Música Brasileira

É costume universal a comemoração de centenários de nascimento. Em 2010, mestres como Noel Rosa e Adoniran Barbosa completariam três dígitos. Tem muita roda de samba preparando repertório, e a largada dos festejos já foi dada, no Rio e em São Paulo.

Mas pra lembrar e comemorar um cabra arretado como Jackson do Pandeiro, esperar mais dez anos é muita coisa. Noventa é uma data bacana, e Jackson, nascido em 31/08/1919, é um bom pretexto para alegrar qualquer evento, com sua musicalidade exuberante.

E vem de Santo André, SP, a notícia da maior homenagem já realizada para o ilustre paraibano. O Sesc local abriga uma exposição multimídia, com ambientação cenográfica, coleção de discos e objetos, depoimentos, palestras e muitos shows com artistas convidados. Até a culinária relacionada aos lugares onde o artista viveu poderá ser experimentada ali! No endereço http://jacksondopandeiro.wordpress.com/ você pode ouvir depoimentos, ver fotos e conferir a programação completa.

Os eventos começaram em 24/03, e se estendem até 23/05. Teve bate-papo com Fernando Moura, autor (com Antonio Vicente) da biografia mais completa sobre Jackson (O Rei do Ritmo, Ed. 34). Foi ele quem, depois de exaustiva pesquisa, contabilizou as 415 gravações deixadas pelo intérprete de Chiclete com Banana.

Já passaram pela Sala de Reboco, especialmente montada para o evento, Zeca Baleiro, Caju & Castanha e Tião Carvalho. E ainda vai rolar mais Tião, além de Otto, Jarbas Mariz, Mestre Azulão, Mestre Galo Preto, Zé Brown, Terno Quente, Os Brasas do Nordeste, Silvério Pessoa e mais uma penca de emboladores e repentistas.

Então, compadre, é só pegar a comadre Sebastiana pelo braço e ir forrozar com o Rei do Rojão. E torcer para que a bela exposição percorra o Brasil, porque o homem merece. Como disse o sábio Chico Buarque, “contra fel, inveja e crime/ use Dorival Caymmi/ vá de Jackson do Pandeiro”!