Homenagens

Dorival Caymmi é Carioca da Gema

Por Luís Pimentel - 11/04/2011

Ele é baiano (da clara); porque é um carioca da gema e da alma, uma vez que chegou ao Rio de Janeiro na flor da juventude, aos 20 anos, e no Rio viveu por mais de setenta. O pai dos também músicos (cantores e compositores que não negam a raça) Nana, Dori e Danilo, Seu Dorival Caymmi nasceu em Salvador (BA), em 1914, no dia 30 de um mês de abril.

De lá trouxe o mar, o eterno mar baiano que tanto banhou sua criação, os joões valentões, as rosinhas de chica, josés, pedros, marinas, mães menininhas, doras, zecas e a parentalha toda. Depois de pegar no Nordeste o Ita que seguia do Norte, para no Rio de Janeiro morar, ele se instalou entre as ondas do rádio e as amizades tão importantes para a sua vida e obra, como Ary Barroso, Antonio Maria, Mário Lago, Custódio Mesquita, Braguinha, Millôr Fernandes, Lúcio Rangel e tantos outros. Baiano de boa prosa, era bom de fazer amigos; de fazer canções também.

A primeira obra nasceu quando ele tinha 16 anos, e chamava-se “No sertão”. Caymmi compôs pouco, honrando a inexplicável fama de preguiçoso, mas tudo o que fez está muito acima da média. É impressionante a garantia de qualidade que jorra de seu repertório. Projetou-se com o sucesso “O que é que a baiana tem?”, gravado por Carmen Miranda. Seu nome está definitivamente atrelado a canções como “Suíte dos pescadores”, “Rainha do mar”, “Dora”, “Eu vou pra Maracangalha”, Menininha do Gantois”, “Marina” e por aí vai.

A obra de Caymmi, que morreu em 2008 e era carioca por adoção e devoção, está para sempre em nossa lembrança. Bem como o seu lindo sorriso.