Homenagens

Dorina é Carioca da Gema

Por Luís Pimentel - 23/10/2009

Talvez pela fé inabalável que sempre demonstrou na arte de cantar e também em sua carreira, a brava e admirável Dorina batizou um de seus últimos discos de Samba de fé (Suburbanistas). Nele, a cantora faz mais uma vez o que tanto gosta: agrega gente boa à sua volta, reúne compositores talentosos e que sempre mereceram sua admiração, como Luiz Carlos da Vila, Candeia, Arlindo Cruz, Sereno, Sombrinha, Moacyr Luz, Jorge Aragão, Nei Lopes e Wilson Moreira, entre outros privilegiados.

Nascida no subúrbio – como diriam Nogueira e Pinheiro, “nos melhores dias”, apesar de ter sido em 1964, ano em que os dias começaram a ficar turvos – a bela e batalhadora Dorina (na carteira de identidade, Adorina Guimarães Barros) é aniversariante de outubro (dia 16) e alto astral de todos os meses, em seus shows nos teatros ou em casas noturnas (como o Carioca da Gema, o Centro Cultural Carioca e o Trapiche) e também em seu lindo e generoso programa da Rádio Nacional – porto seguro para inúmeros artistas, alguns brigando contra o anonimato ou a estranheza do mercado fonográfico, mostrarem a sua música.

Dorina é Ponto com muito antes de a Internet padronizar o registro. Com de comunicativa e de companheira, tem muita gente por aí que não me deixa mentir. Amiga de seus amigos, simpatia, leveza e transparência em qualquer roda de samba em que marque presença, essa intérprete dos grandes sambas e dos grandes sambistas é uma das pessoas mais doces e mais positivas da música brasileira.

Sou seu fã, desde o comecinho de sua carreira, e seu amigo. E tenho um baita orgulho dessas duas condições.