Homenagens

Almira Castilho, o sorriso que alegrava o caricaturista do forró

Por Luís Pimentel - 03/03/2011

Reclusa há pelo menos dois anos (a última aparição pública foi no carnaval de 2009, em Recife, quando recebeu homenagem póstuma em nome de Jackson do Pandeiro, prestada pela Prefeitura Municipal), a atriz, cantora e compositora Almira Castilho, viúva e parceira de Jackson – a quem eu chamo de “o caricaturista do forró”, assim como Jorge Veiga era chamado de “o caricaturista do samba” – morreu no último dia 26 de fevereiro, sozinha e esquecida, nublada pelo Mal de Alzheimer, em sua casa, no bairro da Boa Vista, na capital pernambucana. Almira faria 87 anos em 2011, no mês de setembro.

Segundo o cantor pernambucano Silvério Pessoa (que em 2005 gravou o disco Micróbio do Frevo, com músicas de Jackson), a morte de Almira representa a perda do último elo com a vida de Jackson:

– Era o último laço vivo que tínhamos com a vida de Jackson do Pandeiro. Era ela quem guardava sua memória – disse ele.

De beleza brejeira e nordestina, Almira era linda de se ver no palco, ao lado do exuberante pandeirista, cantando, dançando e arrebatando olhares e sorrisos de Jackson e dos músicos. Dançava e cantava bem, também compunha e ficou famosa exatamente pela parceira com Jackson do Pandeiro, que ela conheceu em 1952, na rádio Jornal do Commercio, onde era rádio-atriz e cantora.

Dali para frente, foram quase duas décadas de uma bem sucedida parceria, que rendeu sucessos que ecoam até hoje pelo Brasil, como 1x1, Chiclete com banana, A mulher do Aníbal, Forró em Limoeiro, entre outros. Juntos, eles se apresentaram em inúmeros programas de televisão pelo Brasil.

Depois de se separar de Jackson, viajou pela Europa, onde fez apresentações como dançarina de ritmos latinos. Casou-se com um alemão, chamado Aswin Fabere, antes de retornar ao Brasil. Almira teve também destacada atuação no cinema nacional, participando de fitas como O batedor de carteiras (1958), O viúvo alegre (1960), Cala a boca, Etelvilna (1960), e Bom mesmo é carnaval (1962), entre outros.