Revista Música Brasileira

Compositor, músico, arranjador, cineasta e produtor musical, o versátil Tuninho Galante está lançando o seu primeiro CD digital, “Caminhos brasileiros 1” (Cedro Rosa). Como o assunto é novo para muita gente, inclusive para nós, passamos a palavra ao próprio artista, para explicar direitinho como é que a banda toca. Importante dizer que a Cedro Rosa é uma  gravadora e produtora de cinema independente criada em 2006 pelo próprio Tuninho, que também dirige a Play, uma editora musical.
“A idéia do disco surgiu quando comecei a praticar atividades ciclismo e caminhadas e ouvia música nessa atividades.
Depois pensei numa série que fosse legal ouvir caminhando, que remetesse a lugares, passeios, vegetações, meditação e relaxamento.
Daí para o projeto Caminhos Brasileiros foi um pulo.
No entanto, essa ideia adormeceu anos, ficou soterrada por outras atividades que se impuseram. Até que me lembrei do projeto e fui visitar “a caverna dos sonhos esquecidos” que todo mundo tem, que guarda aqueles projetos inacabados.
Muitas músicas eu tinha esquecido totalmente. Resolvi agir rápido, mixando as faixas que incialmente foram gravadas somente para registrar a criação e optei em manter suas versões originais, onde toquei todos os instrumentos, violões guitarra e percussão. Quis manter o frescor do momento da criação, que muitas vezes nao conseguimos recriar depois, quando vamos gravar com formações maiores. Isso acontece frequentemente. Aquele take que a gente faz, para passar o som, muitas vezes é o que vale, por mais tecnicamente bem acabados que sejam os outros.
A última música que fiz para o disco foi AWA, feita em homenagem a tribo dos índios invisíveis que habita o que restou da Floresta Amazonica no Maranhao, ameaçados por madeireiros, que conheci através de uma matéria maravilhosa da Miriam Leitao, com fotos de Sebastiao Salgado, publicada no O Globo, em agosto de 2013. Essa faixa abre o CD e está disponível para download gratuito.
A primeira música, PAZ, feita ainda em 2006, que me sugere um momento de relaxamento e reflexão, fecha o CD, também disponível para download gratuito. Depois de montado o disco, percebi a coincidência da primeira música fechar e da última música abrir o projeto. Coisas da vida...
A capa foi escolhida através de uma votação na internet, entre os trabalhos do artista plástico Geléia da Rocinha.
Esse é o primeiro CD de uma série que será completado ao longo do tempo, com várias formações musicais e, quem sabe, outros formatos de distribuição, já que a tecnologia nao para de inovar.

A ERA DIGITAL
Um parênteses de uma história de vida.
No início da década de 1980, abandonei o curso de cinema da UFF (Universidade Federal Fluminense). O que eu queria na época nao era o que a excelente UFF me oferecia: arte e comunicação, tudo junto e misturado.
Na inocência de meus verdes anos, liguei para a poderosíssima Associaçao Brasileira de Produtores de Discos, ABPD, para me orientar sobre o mercado.
Milagrosamente consegui ser recebido pelo diretor cujo nome, infelizmente, me esqueci, que foi muito gentil e generoso.
Na ocasião ele me falou uma coisa que muito me espantou, disse que no futuro os discos de vinil iriam desaparecer (nao havia CDs no Brasil) e que a música seria comprada através da tomada da parede, como se compra energia elétrica.
Fiquei estarrecido, achei meio exercício de futurologia e, hoje em dia, estou lançando meu primeiro CD autoral instrumental, onde toquei todos os instrumentos,  gravado em meu próprio estúdio, de onde as músicas já saem prontas para serem ouvidas e consumidas através das mais variadas maneiras de conexão.
Onde vamos parar?”
Com a palavra, para as possíveis respostas, os leitores da Revista Música Brasileira...
Os discos da Cedro Rosa estão disponíveis nas melhores lojas do ramo e também via internet.

Como acessar:
http://tuninhogalante.blogspot.com.br/
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