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Os rios navegáveis de Fernando Leitzke

Por Monica Ramalho - 09/12/2015

O pianista gaúcho Fernando Leitzke (pronuncia-se “Laitisque”) gravou este ano o álbum instrumental “Rios que navego” com apoio financeiro de mais de 200 amigos e admiradores. Fez o primeiro show de lançamento na Casa do Choro e está trabalhando para continuar levando esse repertório para os ouvidos brasileiros. Radicado no Rio de Janeiro há seis anos, Fernando toca há 12 anos e acredita que esse seja um “disco de fronteiras” por aproximar a sonoridade do Rio e de Porto Alegre, em sambas, candombes, choros, um bolero e uma valsa.

“Gravei este disco porque senti a necessidade de mostrar o meu trabalho mais a fundo, não só como acompanhador, mas também como arranjador e solista. As composições sempre chegaram de um forma muito natural, mas refletem momentos como liberdade e tristeza. Escrevi as cinco autorais no Rio, em apartamentos onde morei no Flamengo e na Tijuca”, conta o músico, que entremeou os seus temas (“Chaleira quente” e “Pequena folha” são dois deles) com obras reconhecidas de Pixinguinha (“Mundo melhor”, sem a letra de Vinicius de Moraes), Tom Jobim (“Descendo o morro”, também sem os versos de Billy Blanco) e Radamés Gnattali (“Vou andar por aí”).

Esses três compositores representam o que há de melhor na música brasileira e também foram, de certa forma, responsáveis pela vinda do pianista à cidade onde moraram e produziram. O nome “Rios que navego” resume essas influências. Já Rubén Gonzales, pianista cubano, é uma grande referência no modo de tocar, um exemplo de piano forte com alma. E Rubén Rada, ele conheceu através de outros músicos gaúchos e se encantou pelo seu repertório de candombes, ritmo tradicional no Uruguai. Nos choros autorais “Segunda” e “Radamesiando”, Fernando homenageia, respectivamente, Cristóvão Bastos e, de novo, o mestre Radamés, a maior inspiração para os pianistas de música brasileira.

Para acompanhar os passos musicais do pianista, visite:
www.facebook.com/fernandoleitzkepiano/