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O rock brasileiro, sem preconceitos

Por Célio Albuquerque - 23/07/2014

O pequeno livro “Breve História do Rock Brasileiro” assinado pelo pesquisador e compositor Ayrton Mugnaini Jr., lançado pela editora Claridade, não é um livro para iniciados. Nem se propõe a isso. É um livro para iniciantes. Guardadas as proporções, é como se fosse um volume da famosa coleção “Primeiros Passos” da editora Brasiliense, grande sucesso nos anos 80.

Com o cacife de quem já escreveu vários títulos, entre eles a “Breve História do Rock”, para a mesma editora, em 2007, Mugnaini sabe seduzir o leitor no balanço das horas. Um ouvinte mais especializado, daqueles que sabem de cor o nome de todas as músicas de sua banda preferida ou tem na cabeça todos os artistas que participaram da primeira edição de Woodstock, pode torcer o nariz e os ouvidos por faltar um nome ou outro no livro. Mas, a proposta é ser breve e sedutor, levar o leitor para os palcos e plateias.

Em pouco menos de noventa páginas, em formato de bolso, o pequeno livro, como o próprio Mugnaini ressalta é um dos resultados de mais de 30 anos de pesquisa sobre o assunto e também um dos frutos do Arquivo do Rock Brasileiro, o maior projeto multimeios sobre o assunto e do qual ele o curador.

O livrinho, seguindo a cartilha do autor, tenta não se deixar levar por aparências, modismos, fuxicos ou opiniões de manda-chuvas. E o livrinho é assim

“Este meu livro procura lembrar que o rock brasileiro já existia sem este nome antes de Nora Ney gravar "Rock Around The Clock" em 1955. Por exemplo, Carmen Miranda gravou em 1948 um fox-boogie, "Cookin' With Glass", que já é rock and roll; idem o violonista Pereira Filho, que em 1945 gravou uma sua composição instrumental, "Edinho No Choro", de deixar o pessoal da Cor do Som de palheta em pé. Do mesmo modo, o rótulo "jovem guarda" já era de uso comum bem antes do programa homônimo apresentado por Roberto Carlos”, comenta um enstusiasmado autor.

Uma breve história que começa nos anos 1930 e vai até 2013. E cheio de pequenas grandes histórias. Tem espaço para Mamonas Assassinas, Secos & Molhados, Pitty e até o professor Cauby Peixoto. No pequeno livrinho a gente descobre que em 1957 saíram os dois primeiros discos de rock brasileiro composto no Brasil. Um deles é Rock and Roll em Copacabana, composição de Miguel Gustavo, gravado por Cauby. A outra gravação foi da pianista e compositora Carolina Cardoso de Menezes, o primeiro rock instrumental genuinamente brasileiro, batizado de Brasil Rock.

O rock não é um rock, são vários. E por isso ele também tem essa magia especial. . Durante e após ler o livrinho o impulso é um só: ouvir rock, seja lá qual for.

O livro tem custo médio de R$19,00, se comprado direto na editora (http://lojanovaalexandria.com.br/breve-historia-do-rock-brasileiro-339.html ) e dependendo para onde for, o frete é grátis.