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Febre do samba, no Sesi do Rio

Por Luís Pimentel - 18/01/2012

Até o dia 16 de fevereiro, o couro está comendo e os tamborins estão em festa no Teatro do Sesi, no Centro do Rio de Janeiro, com a programação do Sesi Cultural voltada para o Carnaval 2012. Desde o dia 17 de janeiro, sempre às 19 horas, o espetáculo “A Febre do Samba – O Samba Enredo no Século XX”, se desenvolve numa série de 10 espetáculos, onde sambistas e passistas apresentam os 76 sambas enredo mais bonitos da história do Carnaval carioca, selecionados pelo diretor musical Guilherme Gonçalves.

Os ingressos serão vendidos a preços populares (R$ 5,00), o que é muito bacana, e o público da velha guarda e da nova geração vai poder reviver e conhecer os sambas que fizeram história desde 1929. Os espetáculos, com roteiro e direção de Emmanuel Santo, serão apresentados às terças e quintas-feiras, no Teatro Sesi Centro, na Av. Graça Aranha.

A intenção da série é transformar o Teatro Sesi num mini Sambódromo. Um elenco de primeira no mundo do samba, além de convidados como Selminha Sorriso, a grande porta-bandeira da “Beija-Flor de Nilópolis”, e Manoel Dionísio, lendário mestre-sala, professor de muitos artistas do ofício, e responsável pela única escola carioca de mestres-sala e portas-bandeira do Rio de Janeiro, contarão a evolução das Escolas de Samba. Completam o espetáculo 21 músicos: quatro cantores, dois cavaquinhos, dois violões e uma bateria formada por 14 ritmistas, com a participação especial do mestre de bateria Odilon Costa (ficha técnica completa no pé da matéria). Além disso, bailarinos vindos das comissões de frente de algumas das principais Escolas farão circular pelo teatro personagens como a Nega Maluca, a Baiana, o Malandro, a Colombina, a Tia Ciata e Carmem Miranda – todos eles ícones da maior festa popular do Rio de Janeiro.

Confirma a programação:

SHOW DE 3ªs FEIRAS, às 19h

O primeiro espetáculo da série começa com o primeiro samba enredo “Ando sofrendo” apresentado em 1929, pela Escola de Samba “Deixa Falar”. A seguir, o diretor musical, Guilherme Gonçalves selecionou mais 39 músicas apresentadas nas décadas de 30, 40, 50, 60 e 70.

• Anos 30

1929 – “Ando sofrendo” (Deixa Falar) e “Chega de demanda” (Mangueira)
1930 – “Linda demanda” (Mangueira) e “Eu quero é nota” (Mangueira)
1934 – “Divina dama” (Mangueira)
1936 – “Não quero mais amar a ninguém” (Mangueira) e “Natureza bela do meu Brasil (Unidos da Tijuca)
1937 – “Linda Guanabara” (Portela) 1939 – “Teste ao samba” (Portela)

• Anos 40/50

1949 – “Exaltação a Tiradentes (Império Serrano)
1953 – “Sessenta e um anos de República” (Império Serrano)
1955 – “As quatro estações do ano” – (Mangueira)

• Anos 60

1960 – “Quilombo dos Palmares” (Salgueiro)
1963 – “As três capitais” (Imperatriz Leopoldinense) e “Xica da Silva” (Salgueiro)
1964 – “Chico Rei” (Salgueiro) e “Aquarela brasileira” (Império Serrano)
1965 – “Cinco bailes da história do Rio” (Império Serrano)
1967 – “O mundo encantado de Monteiro Lobato” (Mangueira)
1968 –“Sublime pergaminho” (Unidos Lucas) e “Quatro séculos de moda e costumes” (Unidos de Vila Isabel)
1969 – “Yayá do cais dourado” (Unidos de Vila Isabel) e “Bahia de todos os deuses” (Salgueiro)

• Anos 70

1970 – “Lendas e mistérios da Amazônia” (Portela)
1971 - “Lapa em três tempos” (Portela) e “Festa para um Rei Negro” (Salgueiro)
1972 – “Mangueira, minha madrinha querida” (Salgueiro), “Alô, Alô taí Carmem Miranda” (Império Serrano); “Ilu Ayê (Terra da vida) (Portela); “Martim Cererê” (Imperatriz Leopoldinense); “Onde o Brasil aprendeu a liberdade” (Unidos de Vila Isabel)
1973 – “Lendas do Abaeté” (Mangueira)
1974 – “A festa do divino” (Mocidade Independente de Padre Miguel); “O mundo melhor de Pixinguinha” (Pizindin) (Portela)
1975 – “Festa do Círio de Nazaré (Unidos de São Carlos)
1976 – “A lenda das sereias rainhas do mar” (Império Serrano), “Os sertões” (Em Cima da Hora) e “A arte negra na lendária Bahia” (Unidos de São Carlos)
1976 - “Sonhar com rei dá leão” (Beija-Flor)
 

SHOW DE 5ªs FEIRAS, às 19h

Foram selecionadas 36 músicas desta segunda fase, com grandes destaques.

1977 – “Domingo” (União da Ilha)
1978 – “O amanhã” (União da Ilha) e “A criação do mundo na tradição Nagô” (Beija-Flor)

• Anos 80

1980 – “O quê que a Bahia tem” (Imperatriz Leopoldinense)
1981 – “Das maravilhas do mar, fez-se o esplendor de uma noite” (Portela)
1982 – “Bum bum paticumbum prugurundum” (Império Serrano) e “É hoje” (União da Ilha)
1984 – “Pra tudo se acabar na quarta-feira” (Unidos de Vila Isabel) e “Skindô, Skindô” (Salgueiro), “Contos de areia” (Portela) e Yes, nós temos Braguinha” (Mangueira)
1985 –“E por falar em saudades” (Caprichosos) e Ziriguidum 2001, carnaval das estrelas” (Mocidade Independente de Padre Miguel)
1986 – “Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira tem” (Mangueira)
1987 – “No Reino das Palavras, Carlos Drummond de Andrade” (Mangueira) e “Raízes” (Unidos de Vila Isabel)
1988 – “Cem anos de liberdade, realidade ou ilusão” (Mangueira) e “Kizomba, festa da raça” (Unidos de Vila Isabel)
1989 – “Ratos e urubus, larguem a minha fantasia” (Beija-Flor de Nilópolis); Liberdade, liberdade! Abra as asas sobre nós (Imperatriz Leopoldinense) e “Festa profana” (União da Ilha)

• Anos 90

1990 – “Vira virou, a Mocidade chegou” (Mocidade Independente de Padre Miguel)
1991 – “Chuê, chuá, as aguas vão rolar” (Mocidade Independente de Padre Miguel) e “De bar em bar Didi um poeta” (União da Ilha)
1992 – “Paulicéia desvairada setenta anos de modernismo” (Estácio de Sá)
1993 – “A dança da lua” (Estácio de Sá); “ No mundo da lua” (Grande Rio) e “Peguei um Ita no Norte” (Salgueiro)
1994 – “Muito prazer... pode me chamar de Vila” (Unidos de Vila Isabel) e “Atrás da Verde e Rosa só não vai quem já morreu” (Mangueira)
1995 – “Gosto que me enrosco” (Portela)
1997 – Trevas! Luz! A Explosão do Universo (Viradouro)
1998 – “Pará – O mundo místico dos Caruanas nas águas do Patu-Anu” (Beijia-Flor de Nilópolis) e “Orfeu, o negro do Carnaval” (Viradouro)
1999 – “O dono da terra (Unidos da Tijuca) e “Araxá, lugar alto onde primeiro se avista o sol” (Beija-Flor de Nilópolis)
 

FICHA TÉCNICA

Texto e direção: Emmanuel Santos
Direção musical: Guilherme Gonçalves
Participação especial: Selminha Sorriso e Manoel Dionísio
Atores: Iléa Ferraz, Isabel Nessimian, Matisael Lima, Sol Miranda, Zé Paulo Pessoa e Emmanuel Santos
Cantores: Edu Silva, Chamon, Patrícia Ferrer e Thaís Motta
Bailarinos: Carlos Magno, Gabriela C. Patrício, Jardel Augusto, Narielli Nunes, Thiago Paixão e Yara Barbosa (coreógrafa)
Músicos: Carlinhos do Cavaco e Amendoin SP (cavaco), Rogério Fernandes (violão), Diogo Cunha (violão de 7 cordas)
Percussão: Odilon Costa, Luciano Valle, Rocyr Abbud, Erico de Souza, Georgia Camara, Isabela Iung, Marcos de Azevedo, Raphael Guerra, Claudio Boca Cunha, Maninho Costa, Luis Alfredo Luz, Nilson "Betão" Sampaio e Julio Cear.

Foto de Paulo Rodrigues