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A consagração de Wanderley Monteiro

Por Luís Pimentel - 18/06/2012

“É que o samba me foi destinado em consagração”, diz um verso emblemático da canção título desse disco, composta por Wanderley Monteiro e Toninho Nascimento. Um dos grandes compositores do samba e da MPB, que ainda por cima interpreta suas músicas com elegância melódica e uma limpeza vocal absoluta, Wanderley Monteiro lança um novo CD, “Consagração” (Independente), onde marcam presença as qualidades principais de sua obra: a versatilidade e o bom gosto.

Desde o primeiro disco, “Vida de compositor”, nome de um belíssimo samba seu, composto em parceria com Álvaro Maciel, que Wanderley vem desenvolvendo uma capacidade rara e fundamental para sua carreira: a escolha acertada de parceiros. Neste novo trabalho, a receita se repete, com o desenvolvimento de criações conjuntas com autores de inspiração à sua altura, como Luiz Carlos Máximo (“Chico e Nonô”, “Um sonho de paz”, “Espelho da canção”, “Refletor das estrelas” e “Rei da Madrugada”); Moacyr Luz (“Nada mais”); Chapinha do Samba da Vela (“Fuga de aparências”); Delcio Carvalho (“Teatro da Vida”); Adilson Bispo (a inspiradíssima "Numero sete”); Carlinhos 7 Cordas (também um dos arranjadores, “Perfil”); Carlos Caetano (“Meu limite”); Ivan Mendes (“O que passou”); Ferreira e Fininho da Ruth (“Em paralelo”); além do já citado Toninho (um dos nossos melhores letristas, em “Consagração”).

Os arranjos de Carlinhos, Alessandro Cardozo, Rildo Hora e Ivan Paulo, além das participações em estúdio de músicos do gabarito de Cláudio Jorge, Dirceu Leite, Esguleba e outros cracaços contribuem decisivamente para o bom resultado do disco, que consagra Wanderley Monteiro como um dos grandes nomes da música brasileira dos nossos dias.