Artigos

Andrea Dutra esbanja bom gosto e sensibilidade

Por Marcio Paschoal - 04/07/2013

Para quem é bom sujeito, não tem doença no pé nem é ruim da cabeça, sai pelo selo Mills Records o novo CD (Jamba) da cantora e compositora Andrea Dutra. Bamba do jazz e fluente no samba, Andrea, em seu novo trabalho comove e esbanja bom gosto e sensibilidade.


Os músicos que a acompanham trabalham com ela há mais de uma década e, naturalmente, nota-se a cumplicidade reinante. A começar por Paulo Malaguti, companheiro do Arranco e responsável pelos arranjos, além, é claro, do piano em todas as faixas e da parceria na ótima “Branquinha”. Zé Luiz Maia, Rafael Barata, Marcelo Martins e Augusto Mattoso completam o time. O disco começa com irresistível levada, na suingante  “A Criação” (com Fred Martins) que anuncia o que virá a seguir.  E o couro come. Jazz e samba em simbiose da melhor escola. Moacyr Luz e Aldir Blanc (“Mandingueiro”) e Fátima Guedes (“Sete Véus”). Tem ainda Djavan, Vinícius, Moacir Santos e Caetano.


Minha preferida é a confessional “Mea Culpa”, letra e melodia certeiras de Andrea. Um disco que traduz a maturidade de uma artista que alia a técnica ao seu jeito autêntico de viver e conviver com a arte. Sem concessões baratas ou atalhos oportunos. Comme il faut. “Abram alas que eu quero passar com a minha música, entrópica, vira-lata, mestiça como eu”.


Mestiça e craque. Jamba, um disco altamente recomendável.

(*) escritor, autor da biografia de João do Vale